2.10.06

Caderno

Escrevo aqui no caderno o que queria que eu fosse. Quando acaba o assunto e nada vejo de interessante é quando nem fantasiando eu sou, quando estendo a fatídica condição de senhor grisalho até meus mais altos devaneios e nada resta além de, na tristeza desse constato, escrever sobre isso.

Guardo-me com o passar do elástico nas abas desse pequeno confessionário, e na gaveta ou bolso do jaleco fico descansando da vida que levo, meu corpo oco das coisas que no caderno deixei escritas, sempre.

3 comments:

Dai D. said...

Somos todos cadernos mal escritos, cheios de erros, intensos...

Anonymous said...

Quando se encher - e isso eu sei que você faz bastante - encha o caderno.

Unknown said...

O blog ficou mais alegre assim. Escreva mais crônicas. Você escreve crônicas muito bem. Se bem que suas poesias são quase crônicas, como as de Manuel Bandeira. Valeu!