18.4.07

Apagada

Já de tudo falaram um pouco
E pouco a pouco, tornam a repetir
Restamo-nos, nisso, mudos intelectuais
Presos à obviedade que nada vale ser comentada

Já esgarçaram o que há pra ser sentido
Por darem-lhe cara, cadência e estilo
E hoje nossa essência embate na ponta
dura da epiderme
Sendo corpo e alma
Que se não me engano já foi nome de novela
Quase a mesma fatídica e involuntária coisa

Já no ápice da letargia
Uma lágrima quase seca, quase nada
Escorrega pelos cílios e na ponta
pára
Arrependida

Já de nada mais vale, como valia
Queimaram o fuzível da última vontade
E com ela se foi a vida
Apagada.

Thiago Cunha

2 comments:

Anonymous said...

mentira! por exemplo: eu gosto quando você escreve sobre nada.
pq nada, do seu jeito, vira outra coisa. e outra e outra. não é isso que é poesia? fusível a gente troca, né?

adorei. top5. mas devia chamar "para um poeta".

Anonymous said...

atualiza...