31.8.05

Ah de Mim

Ah de mim

Ah de nós que de tudo sabemos um pouco
Reconhecemos pela parte um todo
Que se figura como triste constato

Ah de nós, pseudo-intelectuais
Que não somos inteligentes, mas quase
E guardamos a dor pungente de saber, simulando, muito mais

Um feixe de breu penetra suas janelas com clareza
E deixa esparramar na sala-de-estar a certeza
De que o operacional é do amor ao parafuso
E do naco doloso já não deriva cabal corrupto

A subjetividade tem a verdade como brinquedo
O perdão, ainda sem o mesmo aval de cruzes e penitências, nunca foi tão aceito
E a impunidade veste, de fininho, a carapuça da misericórdia

Sim, porque caso não seja por misericórdia
É coisinha besta que todo mundo esquece
O que não sei se é aptidão ou fardo
E entre todas essas coisas do saber e da memória
Ando aflito por saber o que deve ser lembrado.

(Thiago Cunha)

3 comments:

Anonymous said...

lembre-se que eu li este.

Anonymous said...

lembre-se que eu li este.

Anonymous said...

tiagao....cada dia melhor mano....mto bom..alguns dos poemas parecem ateh ser meus...nao eh possivel alcancar as estrelas se nao mergulhar na escuridao...