Ah de Mim
Ah de mim
Ah de nós que de tudo sabemos um pouco
Reconhecemos pela parte um todo
Que se figura como triste constato
Ah de nós, pseudo-intelectuais
Que não somos inteligentes, mas quase
E guardamos a dor pungente de saber, simulando, muito mais
Um feixe de breu penetra suas janelas com clareza
E deixa esparramar na sala-de-estar a certeza
De que o operacional é do amor ao parafuso
E do naco doloso já não deriva cabal corrupto
A subjetividade tem a verdade como brinquedo
O perdão, ainda sem o mesmo aval de cruzes e penitências, nunca foi tão aceito
E a impunidade veste, de fininho, a carapuça da misericórdia
Sim, porque caso não seja por misericórdia
É coisinha besta que todo mundo esquece
O que não sei se é aptidão ou fardo
E entre todas essas coisas do saber e da memória
Ando aflito por saber o que deve ser lembrado.
(Thiago Cunha)
3 comments:
lembre-se que eu li este.
lembre-se que eu li este.
tiagao....cada dia melhor mano....mto bom..alguns dos poemas parecem ateh ser meus...nao eh possivel alcancar as estrelas se nao mergulhar na escuridao...
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