Soneto da Pobre Alma Feliz
Abrasa as suas vontades
As tantas coisas sem escolha
E a pressa que todas
Imprimem em sua verdade
O frio na espinha
A falta de sono e sonho
Problemas pendurados como adornos
Na sua humilde gargantilha
Apertando-te o pescoço
Por onde o ar já passa esquivo
E já nem pensas mais nisso
Por terem prioridade os outros
O dono da venda, a meretriz
A pinga e o parco carinho
Miúdos remorsos reunidos
Numa pobre alma feliz.
(Thiago Cunha)
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