Sim
Que fossem flores aquilo que você me deu
Ainda sim, com muito afeto, lhe resguardo minhas dúvidas
Mesmo sendo de flor a forma de tudo o que você sente
Te vejo somente como minha, forma única de você
Que consegue com frases me ater
A um pensamento divergente
Guiado por todas as suas palavras
E eu, de repente, me vejo com os adjetivos
Com os quais você já me puniu e presenteou
Me vejo com seus olhos, pisco com seus cílios
Vejo só o que você me permite
Divago com o que de você passa desapercebido
Uma subjetividade clandestina que me enfeitiça por não ter você
Por me deixar perdido
Te esquecer e depois te querer mais
Lembrar que você já me tem
Que está diluída em mim na mistura mais salubre
E uma noite você diz que me ama
Eu gozo da existência da reciprocidade que antes me afligia
Minhas dúvidas diminuem e ainda te quero
Com a certeza de que trocamos os olhares certos
Uma manhã você não diz nada e eu já sei
Você quer estar ali pra sempre
Me pergunto se eu também faço parte de você
E calada, só com o olhar, você diz:
Sim.
(Thiago Cunha)
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